50 Anos

Vida e Obra

 

Irmã Catarina (Suzanne) Guillemin nasceu em 16 de outubro de 1906, em Béthenville, na região de Marna, na França. Ingressou na Companhia das Filhas da Caridade no dia 20 de outubro de 1927, com 21 anos. Foi enviada em missão em 1928, na casa de Saint-Bernard-la-Chapelle, em um bairro operário de Paris, onde trabalhou com os pobres, visitando os doentes, dedicando-se à catequese e às obras educativas. Emitiu seus votos em 1932, quando a Companhia se preparava para celebrar seus 300 anos de existência. Em 1938, num período de graves conflitos causados pela Guerra, recebeu a nomeação como Irmã Servente na mesma Casa em que já residia. No ano de 1948 foi enviada a Tourcoing para dirigir um importante instituto de educação, ao mesmo tempo em que passou a exercer a função de Visitadora da Província do Norte da França.

 

Retornou a Paris em 1954 para dirigir a Central de Obras, um notável organismo da Comunidade, anexo à Casa Mãe. Em 1955 foi nomeada Conselheira da Província de Paris e, em 11 de junho de 1962, escolhida como Superiora Geral da Companhia, serviço que desempenhou com profundo zelo e sentido de pertença. Em 22 de setembro de 1964 foi nomeada como auditora do Concílio Vaticano II, sendo uma das 23 mulheres que participaram no mesmo. A 8 de março de 1967, recebeu a nomeação para consultora da Comissão de Justiça e Paz e em 22 de fevereiro como consultora da Sagrada Congregação dos Religiosos. Faleceu em 28 de março de 1968, em Paris.

 

Irmã Suzanne Guillemin conduziu a Companhia em um verdadeiro processo de renovação e revitalização, motivado especialmente pelo acontecimento conciliar. Em um tempo em que a Companhia contava com 45 mil Irmãs em cerca de 4 mil obras distribuídas em 65 países, sua personalidade convicta e dialógica ajudaram a Comunidade a responder com audácia e lucidez às atualizações e mudanças instigadas pelos “sinais dos tempos” apresentados pelo Concilio. Entre as revisões do estilo de vida e da missão que empreendeu está a mudança do hábito, que passou da tradicional cornette à uma roupa mais sóbria e distinta, como sugeria o Concílio em referência à atualização da Vida Religiosa Consagrada.

 

Sua contribuição, contudo, foi para além das fronteiras da Companhia por meio de sua atuação junto à União Internacional das Superioras Gerais, na qual atua como conselheira, bem como junto à conferência episcopal francesa. A lucidez de seu pensamento e sua vontade firme foram um sopro revitalizador do Espírito na vida da Companhia e da Igreja, um testemunho a ser relido e revisitado à luz dos apelos do nosso tempo.

 

Referências:

COLET, R.; TIZOTT, S. Irmã Suzanne Guillemin: um testemunho de luz para a Igreja e para o mundo. CEEPaC, 2016. Disponível em: http://www.filhasdacaridade.com.br/downloads/Texto1_Guillemin.pdf . Acesso em: 13 fev. 2018.

VALÉRIO, A. Suzanne Guillemin. In: VALERIO, A. A Presença feminina no Vaticano II. As 23 mulheres do Concílio. São Paulo: Paulinas, 2014. pp. 108-116.