Devoções

Capela da Medalha Milagrosa - Curitiba/PR

 

Caminhada histórica:

 

No dia cinco (5) de setembro do ano de 1904 três Missionárias - Irmã Luiza Olsztynska, Irmã Natália Zietak e Irmã Leocádia Suchoswiat -  partiram da Polônia, rumo ao Brasil com destino a Curitiba/PR. Estabeleceram no Bairro de Abranches, na memorável data, 17 de outubro de 1904. A primeira ação foi dirigirem-se à Igreja para agradecer a Deus a proteção e as graças recebidas durante os 42 dias de viagem da Polônia a Curitiba. Iniciaram suas atividades escolares com alunos filhos de poloneses, e, com precária infraestrutura. A semente plantada em 1904 continua dando seus frutos até o dia de hoje.

 

Já na época a missão teve seu florescimento e começaram surgir novas implantações nos três estados do Sul do Brasil. Daí a necessidade de construir uma sede mais ampla para atender a demanda das irmãs e suas respectivas missões. Foi então que, em 18 de abril de 1932, na Avenida Manoel Ribas, nº 02, em Curitiba, foi lançada a pedra fundamental e iniciada a construção da Casa Provincial, denominada “ “CASA MEDALHA MILAGROSA”. E neste edifício, é óbvio que não podia deixar de existir uma Capela, na qual no dia 30 de novembro de 1933 foi celebrada a primeira Missa. Com o passar  dos tempos, o local tornou-se pequeno e houve a necessidade de sua expansão física. Por conseguinte, a atual Capela sofreu diversas alterações.

 

ANO JUBILAR (1904-2004) - 100 anos de caminhada da Província de Curitiba

 

Um dos grandes marcos do Centenário da Província foi a reforma da Capela realizada no ano de 2003, projetada de forma que o espírito vicentino permeasse todo seu ambiente. Maria como centro visual e o sacrário como centro temático. Foi inaugurada em 29 de novembro de 2003 com bênção e sagração do altar, tornando-se uma Capela semi-pública, mais acolhedora, verdadeiro espaço para um encontro com Deus no silêncio e na oração. Neste espaço todas as segundas-feiras realiza-se a Novena Perpétua de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.

 

Reflexão temática da Capela Medalha Milagrosa

 

Os Evangelhos são as principais fontes de referência da vida de Nossa Senhora. Ali encontramos muitas passagens falando diretamente de Maria e o conjunto delas, vai nos levando a formar uma imagem – materna, repleta de graça, meiga, formosa, bondosa; ela se aflige, sofre e se alegra. No entanto, uma presença quieta, quase silenciosa, pois ela sempre aponta para Jesus, seu Filho. Na realidade, ela é para nós, a mediadora e este papel fica claro nas Bodas de Caná, afim de que aconteça o primeiro milagre público de Jesus: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 5) - palavras estas escritas nos vitrais do quebra-vento, na entrada da Capela.

 

  • O quebra-vento: Além de separar o ambiente da entrada da casa ao espaço sacro da capela, preserva a intimidade e o recolhimento da mesma, guarda também, dois confessionários, aqui instalados para convidar à reconciliação e tornar-nos mais dignos de pisar o chão sagrado.

 

  • Vitrais da Nave: nestes vemos um fundo floral, composto por folhagens e flores diversas simbolizando Nossa Senhora através da árvore de Jessé. A parreira com os cinco cachos de uva, em forma de cruz, simboliza as chagas de Cristo sobre a cruz, aqui representando a árvore da vida. E como a querer colocar Maria numa evidência maior, vemos um medalhão no centro das cruzes dos diversos vitrais, com símbolos marianos – o lírio, a rosa mística, a estrela matutina, o coração perpassado por sete espadas e mais monogramas de Maria.

 

  • Lambri de madeira: Vemos abaixo dos vitrais o lambri circundando praticamente toda a capela, contrapondo-se à sanca de gesso acima dos vitrais, e, num mesmo movimento com esta, o lambri é base também, para o gradil de ferro que recebe os quadros da via sacra, aplicados sobre pedras de granito. Todos estes elementos contínuos atuam a guiar o olhar para área do presbitério, que é precedido por dois altares laterais, dedicados ao Sagrado Coração de Jesus e a São José.

 

  • Presbitério: Aqui a temática da capela se revela totalmente. Por ser ela dedicada à Medalha Milagrosa, a composição ao fundo do altar se vale do formato oval e da representação das faces da Medalha para caracterizar o ambiente. No arco do presbitério vemos o verso da Medalha; no fundo do altar, o centro visual está a imagem de Nossa Senhora das Graças – colocada no nicho em forma da Medalha, circundada por doze estrelas e com a inscrição “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Compondo numa tridimensionalidade a face principal da Medalha Milagrosa. Toda a arquitetura é trabalhada em mosaico.

 

  • O Sacrário: Serena e silenciosa, Maria paira sobre a capela como numa aparição, e, como a ampliar, surge como uma terceira forma de medalha, um nicho em torno do sacrário e da cruz com sua redoma. Daqui parte a luz que atinge no alto de Nossa Senhora, semelhante a um cristal, refrata os raios. Fica assim destacado o papel de mediação de Maria. Nossa Senhora das Graças é o centro visual da capela, o centro temático é o sacrário, contendo o Cristo Vivo.

 

  • São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac: Encontramos aqui o segundo eixo temático da capela. Se por um lado ela é mariana, ela também quer ser vicentina. Com as imagens dos nossos Fundadores, todos os membros Vicentinos se incluem na temática do painel ao fundo do altar. Nossa Senhora derrama luz não somente sobre Vicente e Luísa, mas sobre toda a humanidade. O espírito vicentino permeia toda a Capela, pois nela encontramos junto ao quebra-vento, a imagem de Nossa Senhora do Globo e de Santa Catarina Labouré.

 

  • O coro: Por fim, o mesmo enfoque é dado ao coro, ao mezanino, num ambiente mais reservado, vemos imagens e estampas representando as aparições de Nossa Senhora à Santa Catarina Labouré e às Mártires da Companhia. O sacrário é todo iluminado por um vitral. Ao mesmo tempo em que é o centro de um ambiente próprio, não deixa de estar ligado ao contexto da Capela.

 

Que Nossa Senhora nos estenda a graça de ouvirmos seu convite: “Vinde aos pés deste altar: Aí as graças serão derramadas sobre todas as pessoas que as pedirem, com confiança e fervor”.

(Texto: Ir. Therezinha Remonatto)