30/03/2022

DEV 2022 - NAS TRILHAS DA MEMÓRIA: uma história para recordar e celebrar!

 

Era 03 de abril de 1849 quando doze Irmãs Filhas da Caridade, vindas da França e depois de uma breve estadia no Rio de Janeiro, chegaram a Mariana/MG, dando início às atividades do Colégio da Providência. Essa obra e esse fato histórico marca o início da Educação Vicentina no Brasil. Todos os anos, a data é lembrada em nível nacional como o Dia da Educação Vicentina (DEV). Esse marcador celebrativo comum é expressão da sintonia de identidade e missão que acompanha as seis províncias do Brasil onde o Jeito Vicentino de Educar está presente – Amazônia, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro.

 

Aprendemos da mística cristã que a memória não é um momento preso ao passado, mas é uma via de revisita criativa e renovadora às experiências vividas. Assim, ao percorrermos as trilhas da memória reencontramos pessoas e contextos singulares que nos precederam na tessitura da história; uma história que, por sua intensidade e originalidade, merece ser recordada e celebrada, pois é a nossa história!

 

Essa é a motivação que acompanha o DEV 2022: Nas Trilhas da Memória: uma história para recordar e celebrar. A referência às trilhas já é conhecida nossa e está nos acompanhando nas motivações deste ano. Elas nos recordam o movimento existencial e permanente de aprendizagem em que todos/as estamos envolvidos/as, e nossa participação autoral nele. A ênfase na memória nos indica que ser aprendente é olhar para os percursos trilhados até aqui, recolhendo inspirações, refazendo percepções e ressignificando práticas.

 

Sabemos que a memória é mestra de humildade, pois nos ensina que não somos donos/as de uma experiência, mas herdeiros/as de um legado que nos foi confiado e que, neste momento, está em nossas mãos como um punhado de sementes para cultivar. O cultivo, por sua vez, só se dará se tivermos a ousadia de empreender a semeadura e a paciência contemplativa de deixar o tempo agir. Assim o fizeram nossos Fundadores, Luísa de Marillac e Vicente de Paulo, e as Irmãs Pioneiras.

 

Por isso, RECORDAR é ir além das lembranças superficiais, dos eventos ou de cerimônias de destaque, e mesmo das pessoas de relevância em determinada situação. Recordar é mergulhar de forma agradecida no resgate do cotidiano, no conhecimento ou na imaginação dos bastidores dos fatos que os tornaram tão significativos.  A gente lembra da chegada das Irmãs em Mariana, mas não esquecendo o processo exigente da viagem, as pessoas anônimas que ajudaram no percurso, os primeiros dias na nova pátria, os desafios do clima, a ressonância emocional e espiritual disso tudo na vida de cada Irmã e das pessoas envolvidas. Um fato nunca é só um fato; ele é uma porta para um universo de relações e experiências da vida em movimento.

 

A recordação nos move à celebração. CELEBRAR é uma atitude de generosa contemplação diante da vida e de seus percursos. É a recusa a prestar homenagens ou honrarias a um grupo seleto, mas é a escolha por perceber que a história é arte de muitas mãos, e que o toque de cada uma delas foi significativo para o ponto da travessia onde se está. Celebrar nos ajuda a superar a tendência de resumir o bem feito ou o sucesso a resultados quantitativos, mas nos ensina a encontrar sentido em cada passo do caminho, principalmente naqueles que exigiram uma dose extra de confiança e coragem. Celebrar evoca nosso sentido de pertença, nossa consciência de que a história em questão nos diz respeito porque nós a afetamos e fomos afetados/as por ela. Dessa reciprocidade brota o amor afetivo e efetivo, aninhado nos braços da Providência Divina que nunca nos desempara.

 

Nesse Dia da Educação Vicentina queremos trilhar esse horizonte da memória a ser recordada e celebrada, exaurindo dela motivações e ensinamentos que nos permitam reler, ressignificar e vivificar nossos propósitos de fazer da educação uma experiência de encontros que transformam.

Comissão Especializada de Educação - Província de Curitiba

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