30/01/2019

PROJETO DE VIDA 2019 - Iluminação bíblico-teológica

 

Entre tesouros e corações:

o lugar de Deus em nossos Projetos de Vida

 

Ir. Raquel de Fátima Colet, FC

 

Como escola confessional, nossas leituras de realidade e relações são mediadas pelas lentes da Sagrada Escritura. Ela nos ensina a olhar o mundo com os olhos de Deus, intuindo e assumindo em nossas atitudes e ações pessoais e comunitárias o que entendemos como vontade de Deus. Nesse discernimento, olhamos para Jesus de Nazaré e contemplamos em sua encarnação o cumprimento dessa vontade: “eu não vim para fazer a minha vontade, mas a vontade Daquele que me enviou” (Jo 6, 38). No centro desses querer de Deus está o Reino enquanto proposta de vida em abundância para todos e todas (Jo 10, 10).

 

Nossos Fundadores destacam a importância dessa disposição de se deixar conduzir pela vontade divina. Para Vicente, aqueles/as que a isto se propõem verão “seus caminhos irradiando plena luz e sempre fecundos em frutos” (SVP Coste XI, p. 48). Para Luísa, o amor à vontade de Deus é também expressão do vínculo que nos une como irmãos e irmãs e evita “parcialidade e pequenas espertezas ou acordos em grupos, em coisas contrárias à caridade mútua” (LM c. 123, p. 145). 

 

Desse modo, percebemos que o que chamamos de vontade de Deus perpassa inevitavelmente nossa relação com Deus, com os/as irmãos/ãs, com o mundo que nos cerca. Assim, afirmar que “isso ou aquilo é vontade de Deus” é uma responsabilidade e um compromisso muito grande, que implica uma sincera e profunda experiência de escuta e discernimento das moções do Espírito.

 

Acompanha essa abertura a Deus a convicção de que esse nosso entendimento será sempre limitado pelas ambiguidades de nossa condição humana. Significa que não há como falarmos em vontade de Deus sem antes refletirmos sobre o quanto de nossas percepções e vontades estão envolvidas naquilo que dizemos que “Deus quer”. Significa também que nós não detemos o monopólio sobre o querer de Deus, que não faz acepção de pessoas (Atos 10, 34); é um “bem-querer” que se tece no amor, na liberdade e na gratuidade, mas que também nos coloca em um movimento de assumir pessoal e comunitariamente essas prerrogativas em nossas relações.

 

No cotidiano da ação educativa, a vontade de Deus que buscamos intuir e viver não se reduz a motivações religiosas, subjetivas e por vezes emocionalmente condicionadas que acompanha ritos ou ato de cunho religioso que realizamos.

 

A vontade de Deus é a pergunta sobre a razão de ser de nossa missão; é o horizonte que orienta nossas opções institucionais, pedagógicas e pastorais; é o dinamismo fecundo de nosso carisma como expressão de amor-serviço à humanidade e ao mundo; é o sentido de nosso jeito vicentino de educar que se traduz concretamente nos valores que orientam nossa presença e nossa ação.

 

 (Confira anexo o texto completo. E lembre-se: respeitar os direitos autorais é um compromisso ético).

 

PV2019_Iluminação

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